A sessão do Tribunal do Júri Federal para julgamento do Caso Unaí retomou o terceiro dia de trabalhos nesta quinta-feira (29/8) com a continuação da leitura de depoimentos, documentos diversos e exibição de fotografias e vídeos dos depoimentos de Chico Pinheiro, Humberto dos Santos, Rogério Alan e Erinaldo Silva. Também foram apresentadas ao Júri gravações de áudio de interceptações telefônicas. A apresentação das peças selecionadas pela se estendeu por toda manhã.
A defesa dos réus, formada pelos advogados e pelos defensores públicos, fez a exibição de suas peças até o meio da tarde da quinta.
Após a apresentação das peças processuais se iniciaram os interrogatório dos réus. O primeiro a ser interrogado foi Erinaldo de Vasconcelos Silva, que requereu acordo de delação premiada. Além de confessar o crime, confirmou a participação de Rogério Alan Rocha Rios e William Gomes de Miranda e declarou, em diversas ocasiões, que recebeu proposta de Norberto Mânica para assumir, sozinho, o crime como latrocínio. Mânica teria oferecido como recompensa uma carreta no valor de 300 mil reais.
Silva confirmou em plenário o depoimento dado anteriormente. Narrou os detalhes da participação dos outros réus e chorou, ao ser indagado sobre um possível arrependimento: "se houver algum deles (parentes das vítimas) aqui, que me perdoem".
Durante os questionamentos dos advogados que representam Miranda e Rios o réu se manteve no direito de não responder.
A sessão foi interrompida às 20h e retomada às 21h, com a continuação dos interrogatórios de Rogério Alan Rocha Rios e William Gomes de Miranda.
Encerram-se os interrogatórios
Às 21 horas, teve início o interrogatório do réu Rogério Alan Rocha Rios. Ele foi inquirido pela juíza presidente da sessão e pelo advogado Sérgio Moutinho. Rios negou as acusações, insistiu na versão de que participara de uma festa de aniversário na data do crime e ainda afirmou ter sofrido maus tratos na prisão. Disse que Silva também teria sido torturado; e que ele, Rogério, não conhecia Chico Pinheiro.
Logo após o interrogatório de Rios começou o interrogatório de William Gomes de Miranda. Este concordou em responder a algumas das perguntas da juíza e também às do defensor público Celso Gabriel de Resende. Não confirmou os termos da denúncia e da pronúncia e negou ter sido o motorista da empreitada criminosa. Em seguida, quis usufruir do direito a permanecer calado. Explicou à juiza que sofreu ameaças de morte - e que preferia ficar em silêncio, para preservar sua vida.
A magistrada Raquel Vasconcelos Alves de Lima determinou que os réus permanecessem sem algemas durante todo o período em que estivessem no plenário.
Fonte: Última Instância