ESPECIALISTA APONTA OS 32 MAIORES MEDOS DOS ADVOGADOS AMERICANOS
Por João Ozorio de Melo
Qualquer advogado (ou promotor) que sinta medo no exercício da profissão não está sozinho. Se não quiser olhar para os colegas a seu lado, pode se mirar nos advogados do primeiro mundo. Há um recado do advogado Bill Rotts, de Columbia (Missouri): “Nós nos movemos em uma atmosfera de medo. Essa é uma força intrínseca à profissão”.
O professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade de Missouri, John Lande, pesquisou a fundo os medos dos advogados, para escrever o livro Escaping from Lawyers’ Prison of Fear (“Escapando da Prisão do Medo dos Advogados).
Ele afirma que o medo é um fator necessário para se desempenhar bem a profissão. Ele leva o advogado (e o promotor) a se preparar muito até que se sinta mais confiante em seu desempenho.
Ele compara a atuação de advogados (e promotores) à de soldados na frente de batalha. Todos convivem com um tipo de medo que os leva a estar alerta, a ser cuidadoso e a responder prontamente a ameaças.
“Há um sentimento de se estar em um combate. Você está lidando com um inimigo perigoso, que está sempre pronto a atirar, e você deve antecipar seus movimentos e estratégias”, ele diz.
Em seu livro, ele distingue categorias desse sentimento: medo realista, medo do desconhecido, medo derivado da ansiedade, medo ilógico e medo de falhar.
E de sua pesquisa, para escrever o livro, ele aponta os maiores medos dos advogados americanos (que, em boa parte, se aplica a promotores, obviamente). Os 32 mais comuns são os medos de:
— Perder uma causa (e frustrar as expectativas do cliente, da banca e de si mesmo);
— Perder o controle (de uma causa, do funcionamento do escritório, etc.);
— Mudanças nos procedimentos familiares;
— Parecer tolo por fazer certas perguntas;
— Expressar com toda a franqueza seus pensamentos e sentimentos;
— Dar “más notícias” ao cliente;
— Ser intimidado por superiores no escritório;
— Ser intimidado por juízes (ou mesmo oponentes);
— Pedir favores a oponentes em um caso ou receber pedidos de favores de oponentes;
— Parecer “bonzinho”;
— Ser culpado (por qualquer coisa que saia errado, por exemplo);
— Falar em público;
— Faltar qualificação e confiança, devido à experiência limitada em julgamentos;
— O cliente dar um falso testemunho;
— Falhar na busca ou na apresentação da prova essencial;
— Frustrar os interesses dos clientes;
— Descobrir que o oponente foi mais inteligente (ou esperto);
— Ser avaliado injustamente pelos jurados;
— Sofrer retaliações por pedir desqualificação do juiz ou por relatar má conduta judicial;
— Sofrer “a dor, a humilhação e a vergonha da derrota”.
Negociações nervosas
Não é apenas o contencioso que induz ao medo. A negociação também faz isso, de acordo com a pesquisa de John Lande. Alguns são os medos de:
— Se sentir inseguro ou despreparado na hora da negociação;
— Fazer perguntas;
— Ser questionado agressivamente pela outra parte;
— Parecer tolo;
— Ficar em silêncio por não saber o que falar;
— Parecer fraco;
— Ser dominado ou explorado pela outra parte;
— Falar demais – como prestar informações que podem prejudicar a posição do cliente;
— Cometer erros de tática ou estratégia;
— Avaliar incorretamente o caso;
— Deixar de prever possíveis problemas e ser surpreendido;
— Não conseguir chegar a um acordo;
— Não conseguir um resultado suficientemente bom para o cliente;
Fonte: www.conjur.com.br
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